Dungeons & Dragons (Caverna do Dragão)

Dungeons & Dragons (Caverna do Dragão (título no Brasil) ) é uma série de animação coproduzida pela Marvel Productions, TSR e Toei Animation, baseada no jogo de RPG homônimo. A série possui 27 episódios divididos em três temporadas, transmitidas originalmente entre os anos de 1983 e 1986 pela rede de televisão estadunidense CBS. A série[editar | editar código-fonte] Exemplo de uma partida de Dungeons & Dragons Inicialmente, a série foi um projeto da Marvel Productions chamado Swords and Sorcery, porém, não foi aprovado pela NBC, com isso,[1] a produtora resolveu assinar um contrato de licença com a TSR para utilizar a marca Dungeons & Dragons, o projeto foi reformulado por Dennis Marks e Mark Evanier, sendo lançado em setembro de 1983 na CBS.[2] A série mostra uma história de seis crianças americanas dos anos 1980 que tentam voltar a seu mundo após chegarem ao Reino de Dungeons & Dragons em um passeio de montanha russa[3]. O desenho possui várias referências ao universo do jogo de role-playing game Dungeons & Dragons. Apesar do enorme sucesso, especialmente no Brasil, a série foi cancelada. O criador Gary Gygax deu uma explicação para o cancelamento em entrevista exclusiva para a edição número 3 da revista Herói 2000 (novembro de 1999, Conrad Editora), escrita pelo jornalista brasileiro Pablo Miyazawa: {{cquote|Em 1985, a equipe responsável pelo desenho se reuniu com os executivos da temporada seguinte. Os seis jovens – mais velhos e mais experientes – seriam chamados de volta ao mundo da Caverna do Dragão pelo Mestre dos Magos. Foram concebidos três scripts do desenho, e eu até aprovei um deles. Mas algumas dificuldades surgiram. A D&D Corp. fechou e a CBS com a Marvel decidiram não continuar mais com o desenho. A nova série foi cancelada antes mesmo de ser produzida.[4] A Saban Entertainment Inc. detinha os direitos da série quando, em 1996, uniu-se à Fox Children's Productions, criando a Fox Kids Worldwide. Em 2001, o grupo foi absorvido pela The Walt Disney Company[5], renomeando-o "BVS Entertainment" e, consequentemente, adquirindo os direitos de Caverna do Dragão. Recentemente, a Mill Creek Entertainment comprou os direitos da série[6]. No Brasil[editar | editar código-fonte] A série estreou no país em 1986,[7] no programa Xou da Xuxa da Rede Globo[8]. Na época, os RPG ainda não haviam sido publicados no país (algo que só ocorreria na década seguinte)[9]. A emissora exibiu por muito tempo apenas as duas primeiras temporadas; só em 1994 exibiu a terceira temporada, no programa TV Colosso, com nova dublagem[10]. Após isso, foi reprisada em outros programas infantis da Globo, que nunca chegou a exibir a abertura da série[7]. A série teve rápida passada pelo canal pago Fox Kids, sendo depois exibido no canal Gloob, empresa do Grupo Globo.[11] A Grow, primeira empresa a publicar Dungeons and Dragons no Brasil, em 1993,[12] lançou o jogo de tabuleiro À Procura do Dungeonmaster (Quest for the Dungeonmaster) publicando originalmente pela TSR Inc. em 1984. Curiosamente, foi usado o nome original do Mestre dos Magos (Dungeon Master).[13] História[editar | editar código-fonte] A abertura do primeiro ano da série mostra um grupo de seis jovens em um parque de diversões embarcando em uma montanha russa chamada Dungeons & Dragons. Contudo, durante o passeio, um portal se abre e transporta as crianças para outro mundo, chamado simplesmente de Reino, no qual o grupo já aparece trajando outras roupas e recebendo logo em seguida armas mágicas — as armas do poder — de alguém que se apresenta como o Mestre dos Magos (Dungeon Master, no original, termo também presente nos jogos de role-playing game que deram origem à série). A partir daí, os jovens passam por diversas aventuras buscando voltar para casa, durante as quais o Vingador, um mago maléfico, tenta a todo custo tomar as armas do poder dos jovens com a intenção de derrotar tanto o Mestre dos Magos quanto Tiamat, para assim dominar o Reino. Ao longo do seriado, revela-se que o Vingador é, na realidade, filho do Mestre dos Magos. O Reino[editar | editar código-fonte] Não há consenso sobre qual foi o cenário de Dungeons & Dragons utilizado para ambientar o seriado. Greyhawk, um dos primeiros cenários de Dungeons & Dragons e cuja autoria é de Gary Gygax, um dos criadores do desenho animado, teve alguns de seus personagens utilizados ao longo da série, dentre os quais: Warduke (Duque Guerreiro), Tiamat,[7] o Beholder (Observador) e Lolth (os três últimos passaram a, posteriormente, compor o universo básico de Dungeons & Dragons). Por outro lado, Hank e Bobby são citados no vídeo-jogo para computador Baldur's Gate 2[7], que é ambientado no mundo de Forgotten Realms[14]. O mundo de Caverna do Dragão é simplesmente chamado de "O Reino" (Realm of Dungeons & Dragons, no original). Há diversas cidades pequenas (vilarejos ou burgos) espalhadas pelo Reino, chefiadas por pessoas denominadas "prefeitos" (ou burgo-mestres)[15][16][17][18]. Há cidadelas maiores, cercadas por grandes muros e governadas como um principado ou um reino[19][20][21]. A maioria das aglomerações urbanas tem ciência do Vingador e muitas demonstram temor e obediência a ele. No geral, essas sociedades organizam-se como feudos ou monarquias absolutistas, apesar de, especialmente nos pequenos vilarejos, ser observada uma organização mais democrática[16][22]. Entre os reis e rainhas que aparecem na série, destacam-se: Rahmoud, Travar, Tasmira, Solinara, Syrith, Zinn e Varen, além do Vingador. A variedade de raças encontradas é enorme, a maioria podendo ser vista na primeira versão do Livro dos Monstros de D&D. A produção não é, todavia, totalmente fiel aos cânones de D&D. Em especial, nota-se que anões e gnomos são mostrados frequentemente como povos escravizados ou atemorizadas pelo Vingador ou por outros acólitos[23][24][25][26][27]. Também, não existem clérigos, druidas ou deuses. Os produtores acharam que tais elementos tornariam a série alvo de religiosos[7]. Existe apenas um último remanescente adulto dos dragões dourados no Reino[18]; os dragões dirigem-se ao Cemitério dos Dragões para morrerem. Os unicórnios, em grande parte, vivem em um local secreto chamado Vale dos Unicórnios[24]. Há, ainda, orcs, meio-orcs, fadas e halflings, entre outras raças[7]. Existem quatro sóis no Reino[16][26] e pelo menos duas luas[28]. Ao longo da série, é possível observar toda sorte de bioma – de florestas a desertos, apesar de se notar uma quantidade maior deste último tipo. Não raro, são descobertos portais para outras dimensões[26], ou surgem criaturas advindas de outros mundos[29], muito similar ao que ocorre em Planescape, outro cenário de aventuras de D&D. Ao longo do seriado, são encontradas outras pessoas originárias da Terra[30][31]. Aparentemente, o tempo no Reino corre de maneira diversa ao tempo em nossa realidade[31]. Armas do Poder[editar | editar código-fonte] No Reino de Caverna do Dragão, há outras armas do poder[32] além das que são cedidas aos protagonistas pelo Mestre dos Magos. A origem de seu poder, diferentemente de outras armas mágicas quaisquer, está no Cemitério dos Dragões, guardadas, juntamente aos ossos dos antigos dragões, pela deusa-dragoa Tiamat, que ali vive[33]. Lá, as armas do poder apresentam performance superior ao normal. Também, a depender das armas do poder disponíveis, é possível combinar seus poderes para abrir um portal que leve ao Cemitério dos Dragões[33]. A energia das armas do poder dura em torno de trezentos anos, após o que precisam ser recarregadas em locais como o Salão dos Ossos: um grande palácio-mausoléu, onde haviam sido depositados os restos mortais de poderosos guerreiros. Em seu centro, um altar no formato de uma enorme caveira era capaz de reenergizar as armas do poder. O local foi destruído pelo Vingador após os protagonistas ali recarregarem suas armas[17]. Outros locais onde é possível recarregar as armas do poder são o Portal do Amanhecer, no Mundo Subterrâneo[27], e o Cemitério dos Dragões. O Vingador ambiciona as armas dos garotos para ampliar seus poderes e assim derrotar Tiamat, abrindo caminho para dominar o mundo; existem outros que as quer, como Kelek o Mago[7][24]. Nas poucas vezes em que conseguiu capturar as armas, o Vingador as segurava em uma mão, enquanto canalizava sua magia com a outra. Tiamat apresenta especial vulnerabilidade quando é atingida por essas rajadas concentradas de magia unificadas ao poder do Vingador[17]. O Mestre dos Magos também já fez uso do poder combinado das armas dos garotos[27]. As armas do poder não apresentam seus poderes em nossa dimensão[32]. Algumas são capazes de autorreparar-se se quebradas, como o bastão de Diana e o tacape de Bobby[27]. Outras armas mágicas[editar | editar código-fonte] Ao longo do seriado, outras armas mágicas são encontradas, mas são extremamente raras. Não se tem certeza, todavia, se todas são especificamente armas do poder, como as dos garotos, ou se são artefatos mágicos diversos.[nota 1] Espada[23]: usada pelo Duque Guerreiro, é capaz de congelar instantaneamente aquilo que golpeia. Espada[34]: usada por Dekion, um cavaleiro celestial do Grupo Místico, é capaz de lançar rajadas de energia. Martelo de Ouro[25]: usado pelo paladino Coração Forte, é capaz de rebater rajadas mágicas, além de apresentar um poder de destruição semelhante ao tacape de Bobby e uma esfera de proteção similar ao escudo de Eric. Elmo alado[25]: usado pelo paladino Coração Forte, não se sabe quais são seus poderes, pois não chega a ser utilizado durante o episódio. Cimitarra[31]: usada pelo rei Rahmud, é capaz de emitir ondas sonoras destruidoras quando vibrada. Espada[33]: é capaz de cortar facilmente materiais muito duros, como rocha. Tridente[33]: é capaz de disparar rajadas de energia. Rede[33]: é capaz de regenerar a saúde de quem for coberto por ela. Chicote[33]: é capaz de criar um chicote energético de comprimento variado. Bastão mágico[33]: é capaz de emitir rajadas de energia. Mangual[33]: é capaz de criar furacões. Elmo de Chifres[27]: usado por Uggar, é capaz de disparar rajadas de energia. Personagens[editar | editar código-fonte] Ver artigo principal: Lista de personagens da série Dungeons & Dragons Protagonistas[editar | editar código-fonte] Os seis garotos que brincavam no carrinho de montanha-russa quando foram transportados para o Reino são os protagonistas da série. Hank (guarda): com quinze anos de idade, assumiu a função de líder, ainda que hesitante[27]. Nutre afeição por Sheila[21][27] e sente culpa por ter permitido que seus amigos entrassem no Reino. Recebeu um arco mágico capaz de criar flechas energéticas, que podem ser esticadas, dobradas ou até mesmo utilizadas como corda. Seu maior medo é não ser um bom líder[34]. Eric (cavaleiro): filho de pais ricos, é constantemente arrogante e egoísta, preocupado mais consigo e com uma chance real de retornarem para casa. Devido a sua natureza, coloca o grupo muitas vezes em perigo, mas, não raro, arrisca-se para salvá-los. Recebeu um escudo que o protege contra ataques mágicos ou físicos; esse escudo pode criar campos de força para defender uma pequena área em seu entorno. Ao longo do seriado, Eric tem suas feições transformadas como consequência de seu comportamento: um burro[34], uma fera do pântano[35], um macaco de cara azul[19] e até um mestre dos magos[7][36]. Apesar de detestar o mundo de Caverna do Dragão, já demonstrou interesse em ficar no Reino[19], além de ter uma queda por Karena, irmã do Vingador. Parece ser capaz de entender o que Uni diz. Seu maior medo é ser motivo de piada[34]. Diana (Monge) : com catorze anos de idade, é extremamente confiante e centrada, já apresentando habilidades acrobáticas no mundo real[21]. Recebeu um bastão, usado em saltos e acrobacias. Tão flexível quanto as flechas de Hank, o bastão pode regenerar-se se quebrado. Seu maior medo é envelhecer[34]. Seu pai é astrônomo[7][27] (astrólogo na dublagem brasileira).[37] Sua classe em D&D era ladrão-acrobata (subclasse de ladrão ou ladino) introduzida por Gary Gygax em 1983,[38], na terceira edição de Dungeons & Dragons (2000), deixou de ser uma classe básica, a classe reaparece no livro "Song and Silence" de 2004 como classe de prestígio (uma classe que só pode ser atingida após oito níveis, no desenho, Diana está no primeiro nível),[39] a personagem é homenageada, o livro traz uma Personagem não jogável chamada Diana.[40] Em, Dungeons & Dragons 3.5 – Animated Series Handbook publicado em 2006, ela é classificada como Monja, uma classe das primeiras edições do jogo que foi reintroduzida na terceira edição, a classe é associada com habilidades em artes marciais,[41][42] de acordo com Marcelo Cassaro em uma adaptação para o Sistema d20 (o que significa que é compatível com terceira edição de Dungeons & Dragons),[43] publicada na revista Dragon Slayer #9 (2006), a classe se encaixa melhor no perfil da personagem, mesmo que ela não tenha frequentado um monastério.[7] A revista O Universo Fantástico do RPG #6, publicada em 2003, já trazia uma adaptação da personagem para essa classe.[44] Sheila (ladra ou ladina): irmã mais velha de Bobby, o qual procura proteger. Corresponde à afeição que Hank tem por ela[21][27]. Recebeu uma capa com capuz que lhe dá invisibilidade, nos livros de D&D, capas parecidas são usadas por elfos. Compreende a língua das fadas[23]. Seu maior medo é ficar sozinha[34]. Presto (mago): com catorze anos de idade, seu nome verdadeiro é Albert, sendo Presto uma alcunha criada por colegas de escola, ao tentar fazer truques de mágica[7]. É tão inseguro quanto um garoto recém-saído da infância e sua falta de habilidade física e timidez lhe dão o estereótipo do nerd. Suas trapalhadas, quando não catastróficas, costumam ser motivo de chacota do grupo, especialmente de Eric. Já demonstrou vontade de ficar no Reino[15]. Recebeu um chapéu de feiticeiro, do qual podem ser retirados objetos e magias aleatórias. O poder do chapéu não é inteiramente dominado por Presto, que em determinada altura do seriado passa a recitar versos ao utilizar a arma. No mundo real, Presto não gostava das aulas de educação física[18] e já gostava de realizar truques de magia[31]. Seu maior medo é perder seus óculos e não conseguir enxergar[34]. No Reino, sua grande paixão foi Varla[22]. Bobby (bárbaro): com oito anos de idade, é irmão caçula de Sheila. Impetuoso, demonstra temeridade inconsequente, o que por vezes cria problemas para o grupo. Sabe da afeição que Hank sente por sua irmã, mas isso não o impede de tê-lo como amigo. Não costuma ter paciência com Eric e afeiçoou-se de maneira especial por Uni. Recebeu um tacape, cujo golpe, muito forte, é capaz de quebrar pedras e criar pequenos abalos sísmicos. Parece compreender a linguagem dos unicórnios, ou, pelo menos, o que Uni tenta dizer. Em nossa dimensão, havia-se apaixonado por uma menina chamada Terry, que foi parar no Reino da mesma maneira que Bobby. Seu maior medo é ser tratado feito criança[34]. Coadjuvantes[editar | editar código-fonte] “– De onde o senhor veio? – De algum lugar entre lá e aqui.” — Presto e Mestre dos Magos[15] Para além dos seis jovens, o seriado conta com uma pequena gama de personagens secundárias, porém constantes: Mestre dos Magos: espécie de mestre de RPG (Dungeon Master), é o guia dos garotos. Não se conhece seu nome verdadeiro, sendo Mestre dos Magos uma espécie de cargo[7][36]. Suas informações cifradas ocultam suas reais intenções e por vezes seus motivos se demonstram dúbios. No intento de ajudar o grupo a retornar a seu mundo, acaba por utilizá-los para enfrentar as forças ocultas do Reino, especialmente o Vingador, e assim restaurar o equilíbrio entre ordem e caos. Zandora, antiga amiga do Mestre dos Magos, compartilha grande semelhança física com ele[32]. O Mestre dos Magos possui uma espécie de energia vital que, se esgotada, faz com que ele morra e seu corpo desapareça[27]. Uni: um filhote fêmea de unicórnio aparentemente órfã,o que se torna a mascote das personagens e tem afeto especial de Bobby. Não domina plenamente os poderes mágicos auferidos por seu chifre, especialmente a capacidade de se teletransportar uma vez ao dia[24]. Consegue esboçar algumas palavras em meio ao seu balido típico. Por pertencer ao Reino, não pode acompanhar os garotos de volta ao mundo real[32]. Antagonistas[editar | editar código-fonte] O Vingador montado em um pesadelo. Apesar de não ter asas, os pesadelos são capazes de voar, ao contrário do Vingador, incapaz de voar mesmo tendo asas. Vingador: um feiticeiro maléfico, opressor de diversos povos e raças, com grandes habilidades místicas. Ao longo do seriado, o Mestre dos Magos dá a entender que o Vingador já foi uma boa pessoa há muito tempo, e que o vilão se demonstrou o maior dos erros do Mestre[20]. Ao final da batalha no Cemitério dos Dragões, o Mestre dos Magos dá a entender que é pai do Vingador[33][45], algo confirmado no roteiro do episódio Requiem. O Vingador tenta dominar plenamente o Reino e derrotar Tiamat e, para tanto, deseja as armas do poder dos garotos para ampliar seus poderes. Entre as criaturas que compõem seu exército, encontram-se orcs. O Vingador tem mais de mil anos[15][30] e é especialmente vulnerável a um tipo de joia conhecida como coração-de-pedra[28]. Aparentemente, o Vingador usufrui de algum tipo de imortalidade que lhe garante o retorno à vida mesmo quando seu corpo é, temporariamente, destruído[17][25][28][30]. Ao longo do seriado, diferentes castelos são mostrados como morada do Vingador; especificamente em um, é possível ver uma estátua do Vingador com dois chifres[36]. Apesar de sua natureza malévola, o Vingador foi capaz de demonstrar certa justeza para com os garotos algumas vezes[20][27][33]. Ele serve a uma entidade conhecida no mundo real como O Mal e cognominada no Reino como Aquele-Cujo-Nome-Não-Deve-Ser-Pronunciado:[27] uma entidade multidimensional de enormes poderes. Diferentemente das armas do poder ou de criaturas advindas do Reino, como Uni, o Vingador é capaz de invadir o mundo real e fazer uso de sua magia. Frequentemente, cavalga uma criatura cuja raça é denominada "pesadelo".[7] Apesar de ter um par de asas, o Vingador não é capaz de voar, diferentemente de sua montaria, que, por sua vez, não possui asas. Ele tem uma irmã chamada Karena, que também tem poderes mágicos, mas não é revelado se Karena também seria filha do Mestre dos Magos[46]. Tiamat: é uma terrível deusa-dragoa de cinco cabeças, cada qual representando uma das raças de dragões cromáticos da primeira versão de D&D: vermelha, azul, verde, preta e branca. Tiamat vive no Cemitério dos Dragões, como guardiã dos ossos dos antigos dragões que ali se dirigiram para morrer, bem como de algumas armas mágicas como as que o Mestre dos Magos deu aos garotos[33]. É temida até pelo Vingador. Mesmo Tiamat é vulnerável à dragonbane, uma erva letal para os dragões[20]. Também, é capaz de realizar viagens interdimensionais, criando portais[33]. Tiamat compreende a linguagem comum dos humanos. Demônio das Sombras: outro personagem recorrente, serve ao Vingador como seu informante. Apenas mais adiante na série passa a interagir com os garotos[32], inicialmente os espreitando sem que eles tenham ciência. É extremamente leal a seu mestre, pelo qual nutre profundo temor. Secundárias[editar | editar código-fonte] Apesar de a série apresentar uma gama enorme de personagens secundárias, a maioria aparecendo em apenas um episódio da série, algumas se destacam por serem figuras recorrentes dos mundos de Dungeons & Dragons. Entre essas, destacam-se: Warduke[23] (ou Duque Guerreiro), Strongheart o Paladino[25] (ou Coração Forte) e Kelek o Mago[24], todos inspirados na linha de bonecos de Dungeons & Dragons lançada durante os anos de 1980. O último episódio[editar | editar código-fonte] Ver artigo principal: Requiem (Dungeons and Dragons) Requiem é o episódio final da série animada Dungeons and Dragons e foi escrito pelo roteirista Michael Reaves[47]. De todos os vinte e oito episódios, este foi o único a não ser produzido, embora o roteiro oficial tenha sido criado[48]. O episódio relata os acontecimentos finais da jornada dos seis garotos. Em 2010, uma versão não oficial do roteiro adaptada para os quadrinhos foi feita pelo cartunista brasileiro Reinaldo Rocha. Controvérsia[editar | editar código-fonte] O nível de violência da série causou polêmica entre a audiência dos Estados Unidos à época da estreia, e o script de um episódio, O Cemitério dos Dragões, quase foi arquivado devido às conjecturas dos protagonistas em matar sua nêmese, o Vingador[7][45]. Em 1985, a Coalizão Nacional sobre Violência Televisiva (National Coalition on Television Violence) exigiu que a FTC colocasse um aviso a cada transmissão afirmando que Caverna do Dragão relacionava-se a mortes violentas[49]. Trilha sonora[editar | editar código-fonte] A maioria das trilhas sonoras do seriado foram compostas e conduzidas por Johnny Douglas[50][51]. Na França, a trilha dos créditos foi substituída pela canção Le Sourire du Dragon, cantada por Dorothée, e, na Espanha, pela canção Dragones y Mazmorras, cantada por Dulces. Foi gravada uma versão para orquestra da música que tocava durante os créditos para o álbum On Screen, lançado pela gravadora Dulcima Records[50]. Merchandise[editar | editar código-fonte] O programa deu origem a diversos produtos de merchandise, abrangendo mais de cem licenças. DVD[editar | editar código-fonte] Na Região 2, a série foi lançada em DVD no Reino Unido em 2004,[52] 2005 e 2007, licenciadas, primeiramente, pela Twentieth Century Fox e, depois, pela Disney. Na Região 1, a série foi lançada em caixa contendo cinco DVD, acompanhada de extenso material extra, como documentários, perfis de personagens etc. Lançada pela BCI Eclipse em 2006, sob licença da Disney, a coleção está atualmente fora de edição e a empresa encerrou suas atividades em 2008[53]. Um extra que chamava atenção era uma versão sonora do script do último episódio da série, Requiem. Outros itens curiosos na versão estadunidense do DVD eram um livreto com um guia de episódios e outro livreto contendo dados de role-playing game. Em junho de 2009, Mill Creek Entertainment adquiriu os direitos da série e relançou-a em agosto do mesmo ano, sem nenhum material extra[54]. Em outubro de 2012, o box foi lançado no Brasil[55]. Brinquedos[editar | editar código-fonte] Uma linha de brinquedos foi produzida por LJN em 1983[56], sem, todavia, incluir os protagonistas da série. Apenas na Espanha e em Portugal foram feitos bonecos em PVC dos protagonistas[57][58]. em 2015 esta sendo vendido a Excultura do Mestre dos Magos - feito pelo fã do desenho Fabiano Lima. Publicações[editar | editar código-fonte] Várias publicações sobre a série foram lançadas. Pick a Path to Adventure: seis livros estilo livro-jogo, sob o ponto de vista dos protagonistas da série. Seis histórias distintas foram criadas, cada uma focando em uma das crianças. Lançados pela TSR[59]. The UK Annuals: dois livros de capa dura publicados na Inglaterra entre 1985 e 1986, pela World International Publishing Limited. Incluía histórias ilustradas de diferentes qualidades. O primeiro livro trazia oito aventuras originais, ao passo que o segundo trazia apenas três histórias inéditas, além de uma versão do episódio O Olho do Observador[carece de fontes]. Marvel Summer Special 1987: Prison Without Walls: revista em quadrinhos publicada na Inglaterra, recontava o episódio A Prisão Sem Muros[carece de fontes]. Donjons et Dragons: publicado na França, é uma coleção de seis livros recontando alguns dos episódios mais populares[carece de fontes]. Dungeons & Dragons – Le Sourire du dragon: publicado na França, é uma coleção de seis livros que reconta alguns dos episódios mais populares[60]. Dungeons & Dragons 3.5 – Animated Series Handbook: produzido pela Wizards of the Coast e publicado no box de DVD lançado pela Ink & Paint em 2006, o livro de 32 páginas é finalmente uma publicação oficial de D&D sobre Caverna do Dragão. Traz fichas de cada protagonista e uma história para ser jogada, ambientada cronologicamente antes do episódio O Cemitério dos Dragões[61]. Prêmios[editar | editar código-fonte] Tonia Gail Smith, a dubladora original de Diana, foi nomeada, em 1986, na categoria de melhor performance em dublagem de animação (outstanding young actress in an animation/voice-over) do Young Artist Awards[62]. Histórico de transmissões[editar | editar código-fonte] Nos Estados Unidos, a série liderou a audiência em seu horário por dois anos.[63] Estados Unidos CBS (1983-1986) Fox Kids (2000) Reino Unido BBC (1984-1991) The Children's Channel Nickelodeon (1995-1996) ITV1 (1996) Hong Kong Cartoon Network (1998-2001) TVB Pearl[desambiguação necessária] (2004) México Televisa Canal 5 XHGC (1985-1992) Japão NHK TV Tokyo (2003) Jetix (2005-2009) Fuji TV Brasil Rede Globo (1986-2012)[carece de fontes] RBTV (2009- ) Gloob (2013- )[4] Flag of Spain.svg Espanha TVE (1985) República Checa Supermax (1997-1998) Alemanha RTLPlus[64][65] (1991) Autores[editar | editar código-fonte] Jeffrey Scott (9 episódios) Michael Reaves (7 episódios) Karl Geurs (3 episódios) Katherine Lawrence (3 episódios) Paul Dini (2 episódios) Steve Gerber Mark Evanier[7] Hank Saroyan Buzz Dixon Mark Shiney Michel L. DePatie Michel Casslitt Elenco de dubladores[editar | editar código-fonte] Protagonistas[editar | editar código-fonte] Personagem Dublador EUA Estados Unidos Dublador Brasil Brasil Hank Willie Aames Ricardo Schnetzer Eric Don Most Mário Jorge e Ettore Zuim Bobby Ted Field III Herinque Ogalla Sheila Katie Leigh Marlene Costa e Fernanda Fernandes Presto Adam Rich Nizo Neto e Gabriel de Queiroz Rezende Diana Tonia Gaile Smith Mônica Rossi Mestre dos Magos Sidney Miller Ionei Silva e Miguel Rosenberg Vingador Peter Cullen Orlando Drummond Cardoso Uni Frank Welker Demônio das Sombras Mari Devon Orlando Prado/Nelson Batista/Roberto Macedo e André Luiz Chapéu Tiamat Frank Welker José Santa Cruz e Amaury Costa Personagens secundárias (no Brasil) Sônia Ferreira, André Luiz Chapéu, Francisco José, Amaury Costa, Carmem Sheila, Marisa Leal, Paulo Flores, Cleonir dos Santos, Mara Di Carlo, Sumara Louise e Roberto Macedo, entre outros. Em outras mídias[editar | editar código-fonte] Baldur's Gate II: Shadows of Amn: o jogo faz uma referência a Hank, Bobby e Tiamat[7]. Baldur's Gate é ambientado no mundo de Forgotten Realms[14]. Dungeons and Dragons: jogo criado por fãs para o MSX e lançando em 2004 no evento MSX-Jaú 2004[66]. Caverna do dragão – o duelo final: peça de teatro montada em 2010 e encenada em São Paulo[67]. Carnaval de São Paulo de 2013: o desenho foi tema de carro alegórico da escola Dragões da Real[68]. Notas Ir para cima ↑ São listadas as armas em ordem de aparição ao longo do seriado. Referências Ir para cima ↑ http://www.newsfromme.com/pov/col145-2/ Dungeons & Dragons by Mark Evanier] Ir para cima ↑ Érico Borgo (09/08/2004). «Lembra Desse? Caverna do Dragão». Omelete. Ir para cima ↑ Conheça desenhos que divertiam as crianças nos anos 80 - Caverna do Dragão Portal Folha de S.Paulo de 18 de julho de 2011 ↑ Ir para: a b Pablo Miyazawa e Matheus Mossmann (25/06/2013)* Pablo Miyazawa. (Outubro de 1999). 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