Governo Bolsonaro: Como funcionaria a plataforma 'inspirada em Uber' proposta por Moro contra o crime organizado

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, defendeu nesta quinta-feira em Davos, na Suíça, uma articulação maior entre empresas e órgãos de investigação no combate ao crime, independentemente de acordos formais de cooperação entre países. Durante participação em um painel sobre crime globalizado no Fórum Econômico Mundial, o ministro disse que acordos de cooperação muitas vezes não passam de "folhas de papel" sem efeito prático. Ao explicar sua proposta, ele chegou a defender uma plataforma inspirada no aplicativo de transporte Uber. "Eu estava pensando aqui em tecnologias usadas com carro como Uber. No passado, eram preciso licenças para (operar) táxi, e agora há uma plataforma digital em que você não precisa mais do governo para dizer que (o serviço) é confiável. Eu estava pensando em algo similar. Você ter talvez uma plataforma digital em que corporações vão para essa plataforma e dizem 'estamos disponíveis para cooperação na aplicação da lei em todo o mundo', não necessariamente você precisa de uma cooperação pelo nosso governo", disse Moro, em inglês. O ministro destacou que empresas, assim como o crime organizado, não têm barreiras nacionais à sua atuação. "Só governo tem", ressaltou. E citou um exemplo concreto que vivenciou como juiz federal em um caso de investigação em 2004, quando "profissionais em lavagem de dinheiro" haviam movimentado recursos para "políticos, empresários e outros criminosos" na agência de "um banco estatal em Miami".

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